"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine." (I Coríntios 13:01)

domingo, 28 de março de 2010

Um pedaço de papel

Seria a brisa tão suave, que levemente acaricia teu rosto,
Como um beijo que jamais em ti pude dar.
Seria as ondas para banhar, e arrancar-lhe teu suor,
Que comigo levaria para o fundo do mar.
Seria o céu azul junto aos pássaros a voar,
E do alto observaria seus passos, seu olhar.
Seria a lua divina em longas noites frias,
E a ti iluminaria a escuridão a te cercar.
Seria a paisagem singela, vista pela janela,
Que num passeio tu verias, sem nem me contemplar.
Seria uma flor campestre, para arrancar-me da terra,
Para um outro alguém presentear.
Seria a terra que floresce, onde tu pisas sem piedade,
Com um outro amor a passear.
Seria um sonho a meia-noite despertando teus segredos,
Mas tu julgas pesadelo, sem nem me aprofundar.
Seria a chuva em tarde fria,
Que me desprezaria por sua viagem arruinar.
Seria um lago límpido e calmo,
Para levar sua amada e um primeiro beijo roubar.
Seria o nevoeiro da manhã,
Seria o sol sempre a brilhar,
Seria os pássaros a cantar
O campo, um sorriso, um olhar...
Seria o que quisesse,
Algo bem maior que isso
Mas se você me notasse
Tudo possível ei de tornar
Em um pedaço de papel

terça-feira, 16 de março de 2010

Lágrimas de Palhaça


Sorriso se fez apaixonar
Pintura facial de alegria
Tal como palhaça a amar
Criando mundos de ironia


Bela de brilho no olhar
Num fulgor que contagia
Brilham lágrimas a deslizar
Mancham toda a fantasia


Gargalhadas pra ocultar
Charadas tolas sem sentido
Sem espetáculos aclamar
Perde tom seu colorido


Neste circo de solidões
Palhaços não fazem folia
Tristes ficam os corações
Com a ausência da magia


As cortinas vão fechar
E a palhacinha dramatiza
Só não tem quem contemplar
A vida que protagoniza